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LISBOA
O BPN (Banco Português de negócios), nacionalizado pelo Governo Sócrates a fim de diminuir os prejuízos e os impactos negativos que a má-gestão do banco teria no mundo financeiro lusitano, vai à venda por imposição da chamada “troika” (FMI, BCE e Comissão Europeia).
Um facto que já antes esteve para acontecer – ainda antes e durante o consolado socratiano – mas que não encontrou compradores (apesar de se ter falado num banco angolano que estaria disposto a concorrer) por ser demasiado caro ou por as propostas – eventuais propostas, porque, na prática, nunca se soube se houve mesmo propostas – serem muito baixo do seu (dele) valor. Ora, parece que agora há mesmo eventuais candidatos virtuais: um angolano e um brasileiro, além do Montepio já ter solicitado o caderno de encargos. Quanto ao brasileiro pouco se sabe a não ser pelos mugimbos netianos provenientes da terra de Kianda (seria o Banco do Brasil). Sobre o angolano, o BIC, também já sugerido na primeira tentativa apresenta-se, agora, como real candidato nas palavras do seu presidente Fernando Teles. Ora o BIC tem por accionistas principais empresária angolana Isabel dos Santos, o luso Américo Amorim, ambos com 25% do capital, Fernando Teles que detém cerca de 20% do banco, enquanto os restantes 30% estão divididos entre os actuais administradores da instituição e outros accionistas. Na prática e dado que Isabel dos Santos também já é accionista de outras instituições económicas portuguesas aliada a Américo Amorim, considerado o maior capitalista português o BPN, caso caísse na órbita do BIC, seria um banco português… Mas, será que é realmente um banco luso ou um banco de capitais lusófonos? Ainda assim, seria sempre um banco cuja gestão estaria em mãos próximas da mentalidade lusíada. Ou não seria? É que na prática, poucos – ou ninguém – sabem quem são os principais financiadores da holding de Isabel dos Santos, por mero acaso filha do presidente Eduardo dos Santos que, como se sabe – pelo menos, os que lhe são próximos assim o afirmam e não sou eu que vou contestar porque não o conheço pessoalmente para colocar em causa a sua idoneidade económica – não tem meios demasiado elevados para permitir que os seus descendentes também o tenham. Logo terá outros financiadores que, parece, se desconhecem qual a sua identidade. Salvo se, e não duvido que sim, a CMVM (a polícia económica da Bolsa) o saiba mas, prudentemente, se abstenha de divulgar por não ser necessário. E por falar em CMVM. Não é estranho que o até há pouco maior banco privado português, o BCP, esteja a ser positivamente atacado na Bolsa com, sistematicamente, valor ínfimos na sua cotação e com constantes mudanças de milhões de acções de donos. Sabendo que há uma empresa, já accionista, que deseja adquirir uma participação qualificada – bem qualificada, diga-se – na estrutura accionista do Banco, não seria espectável que a CMVM tentasse verificar esta pretensa anomalia no valor das acções do banco? Pode ser só efeitos da crise económica e da sua exposição na Grécia; mas que não chega a 6% de volume de negócios bancários gregos. Todavia, não deixa de ser estranho esta movimentação bolsista a tão baixo custo e sem se saber quem está por detrás, lá isso é estranho… Eugénio Costa Almeida
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